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Magnésio na prática esportiva | Baldacci - Prescrição de confiança

29/08/2022

Magnésio na prática esportiva

 Magnésio na prática esportiva

MAGNÉSIO NA PRÁTICA ESPORTIVA


Dra. Andrea Esquivel


Formada em Nutrição


Pós graduada em Marketing


Especializada em Gastronomia e Gastroenterologia


 


Resumo:


Atletas profissionais de alto rendimento e praticantes de atividade física em geral necessitam que o organismo tenha adequado equilíbrio nutricional que permita às células, tecidos, órgãos e sistemas, receber o aporte necessário para ocorrer as reações metabólicas e energéticas essenciais à atividade física e ao rendimento esportivo. (1,3)


Esse artigo visa analisar o papel do magnésio neste delicado e importante conjunto para o desempenho esportivo e saber o quanto ele contribui na performance.


 



  • Todas as informações aqui mencionadas estão disponíveis em nossa Referência Bibliográfica, ao final do conteúdo.


 


Introdução:


Os nutrientes conhecidos como macronutrientes, por serem necessários em quantidades diárias significativas (carboidratos, lipídeos e proteínas), providenciam a energia necessária durante o repouso e exercício físico e garantem a manutenção da integridade estrutural e funcional do organismo. (3,4)


A regulação efetiva de todos os processos metabólicos ocorre por uma delicada mistura dos nutrientes no interior de cada célula. Os atores desta ação são os micronutrientes vitaminas e minerais. Que em pequenas quantidades assumem um papel específico e importante na facilitação e transferência de energia. Os sais minerais servem como cofatores de enzimas, hormônios e vitaminas participam de inúmeras reações metabólicas. (1,3,4)


Necessidades de magnésio:


O Magnésio (Mg) é um micronutriente classificado como “Mineral Major” (mineral essencial para a vida), sendo recomenda sua ingestão diária (IDR) de 400 a 420 mg para homens e 310-320 mg para mulheres. É o principal elemento intracelular e cofator de diversas reações enzimáticas envolvidas no metabolismo energético, condução neural e contração muscular. (4,5,6)


O magnésio é o quarto elemento mais abundante no organismo, mas intracelular é o segundo, só perdendo para o potássio, o que faz deste mineral um nutriente que possui relevantes funções metabólicas nos atletas e praticantes de atividade física. O magnésio constitui um cofator de muitas enzimas intracelulares necessárias à produção de energia e à síntese proteica.(7,1,3)


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As principais fontes de magnésio são vegetais, cereais integrais, e frutos secos como nozes. No entanto, em países industrializados, onde o consumo de comida processada é significativo, os níveis de ingestão de magnésio ficam abaixo do IDR. E a suplementação torna-se necessária, principalmente para atletas e praticante de atividade física. (5,6)


O magnésio encontra-se localizado no organismo predominantemente nos ossos (52%), nas células musculares (28%), nos tecidos moles (19%), no soro (0,3%) e glóbulos vermelhos (0,5%).(7,8)


Para melhor compreender as implicações deste mineral nas atividades esportivas é preciso ter em mente que o magnésio é um excelente regulador: (7,8)



  1. Na atividade enzimática durante o metabolismo energético (ATP);

  2. Na ativação das enzimas envolvidas na síntese proteica;

  3. Na estabilização da função e integridade da membrana celular e na sinalização celular (relação com o cálcio intracelular) e contração muscular;


 


Magnésio e exercício:


O exercício físico, assim como condições patológicas, é fator estressante que pode afetar a homeostase do magnésio e consequentemente o aumento das necessidades corporais deste mineral. (9,4)


Os atletas em particular, são um grupo com tendências a apresentar perdas elevadas de magnésio pela urina e pelo suor em períodos de exercício intenso. Inclusive, por esta razão, especula-se que a necessidade deste mineral seja de 10 a 20% maiores que as recomendações atuais para indivíduos do mesmo sexo com estilo de vida sedentário. (4,3,9)


Têm sido vários os estudos relacionados com exercício e magnésio. Relevante na questão do aporte de magnésio são os resultados dos estudos longitudinais que sugerem que o exercício físico crônico pode ser acompanhado de uma depleção de magnésio e que os atletas são propensos a deficiência do mineral sobretudo por perdas na urina e no suor. (2,3,6)


Quando da depleção do magnésio, o cálcio intracelular se eleva, pois exerce um importante papel na contração, tanto da musculatura lisa como da esquelética. Um quadro de depleção de magnésio pode resultar em cãibras musculares, hipertensão e vaso espasmos coronarianos e cerebrais. No desempenho físico, a deficiência de magnésio pode levar a lesões musculares, dificultando a recuperação e podendo causar queda no desempenho físico. A carência do mineral também pode ocasionar um aumento na exigência de oxigênio e reduz o rendimento em endurance. (2,4,5)


Segundo estudos, apesar da suplementação de magnésio ser comumente utilizada entre atletas competitivos para melhorar a função celular, não existe evidência suficiente, que a suplementação deste mineral comprove efeitos benéficos no desempenho físico desde que o estado físico esteja adequado. Sendo assim, a suplementação de magnésio não possui efeito ergogênico, mas deve ser utilizada para reverter o estado de deficiência que o exercício intenso causa. (2,5,6)


Outro estudo mostra a correlação positiva de magnésio e glóbulos vermelhos e o registro de força. O que reforça ser necessário ter níveis adequados de magnésio para manter uma capacidade muscular ótima. E em alguns regimes de treino as perdas de magnésio podem ser consideráveis e faz-se necessário a suplementação. (2,3,7)


Suplementação de magnésio:


A suplementação de magnésio é sugerida na prevenção da fadiga muscular durante o exercício melhorando assim o desempenho esportivo. Ela deve ser considerada em atletas e praticantes de atividade física intensa que apresentam depleções de magnésio, baseia-se em pesquisas que apontam que o déficit de magnésio pode comprometer o rendimento esportivo e a performance. (1,2,4)


Importante ressaltar que 375 mg corresponde a 100% da ingestão diária recomendada (IDR), contudo, o magnésio é comumente encontrado na maioria dos alimentos em valores muito variados.  E o excesso pode causar diarreia temporária. (1,3,4)


Obviamente a suplementação só poderá ocorrer em atletas e esportistas saudáveis. Em pessoas doentes como pacientes com insuficiência renal a dose de magnésio deve ser reduzida, e estes desportistas acompanhados e orientados por médicos especialistas. Mas a abordagem da prática esportiva para este tipo de indivíduo, merece outro tipo de abordagem. (3)


Conclusão


Alterações da concentração de magnésio no organismo afetam o rendimento de atletas e praticantes de atividade física intensa de várias modalidades. Sempre, mais estudos são necessários para compreender os mecanismos do organismo e as respectivas necessidades de nutrientes.


 


Referência bibliográfica:



  1. Institute of Medcine. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes for Energy, carcohydrats, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein and amino acids. Washington: National Academy Press, 2002, 400p.

  2. Berthelot, A. Interrelations Activité Physique et Magnesium. Science & Sports, 2006. 90-94

  3. Beckert, P. Suplementação de Magnésio: indicações no desportista. Revi. Med. Desportiva Informa, 2012 – 3 (5), 14-17

  4. Speich M et al Minerals, Trace Elements and Relate Biological Rariables in athlets and During Physical Activity. Clin Chim Acta, 2001, oct; 312 (1-2): 1-11.

  5. Whilliams MH. Dietary Supplements and Sports Performance: Minerals. J Int Soc Sports Nutr, 2005; 2(1): 43-49

  6. Bürger Mendonça M. Comportamento do íon de Magnésio em prova de Triathon meio-ironman. Brazilian Journal of Biomotricity, 2007.

  7. Calbet JA et col. A-Z nutricional supplements: dietary supplemets, sports nutrition and ergogenic aids for health and performance. Br. Journal of Sports Med, 2011; 45; 1005-1007.

  8. Vormann J. Magnesiun: Nutrition and Metabolism. Molecular Aspects of Medicine. 2009, v24, 27-37.

  9. Lukaski, HC. Vitamin and Mineral Status: effects on Physical Performance. Nutrition, 2004. V20, 632-644.


 

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